Georgia de Macedo García
13:30 - 14:00 (GMT+1) / 9:30 - 10:00 (GMT-3)
Água redonda e comprida, experiências de criação em dança contemporânea e o conhecimento do Povo Indígena Kaingang (Brasil/RS)
BIOGRAPHY
Geórgia Macedo é bailarina, educadora e Mestra em Antropologia Social pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalha com a nima Cia de Dança, direção de Eva Schul, e possui sua pesquisa autoral. Desde 2016 atua junto aos artistas indígenas da região Sul do Brasil no audiovisual. Seu primeiro trabalho autoral em dança contemporânea é Afluência (2019), sendo concebido e apresentado junto a artistas da música e artes visuais. Água redonda e comprida (2022) é sua segunda criação em dança contemporânea, onde está em cena com Gakre, uma menina indígena Kaingang.
ABSTRACT
Água redonda e comprida é um espetáculo de dança contemporânea inspirado na cosmovisão do povo indígena Kaingang sobre as águas que banham o sul do Brasil. Com narrativas coreográficas, iluminação, sonoplastia e um cenário que se transforma ao longo da peça, o espetáculo estreia em cena a pré-adolescente Kaingang, Nayane Gakre (12), e a bailarina profissional e antropóloga, Geórgia Macedo (34). As águas, como seres vivos, possuem as marcas redonda e comprida (referentes às metades clânicas Kame e Kainhru) do Povo Kaingang, sendo na complementação entre elas que o mundo fica em equilíbrio. Os rios são as águas compridas e as nascentes são as águas redondas. As intérpretes, apostando no orgânico e intuitivo, criam coreografias a partir de jogos e na manipulação dos objetos, trazendo imagens coreográficas fluidas redondas e compridas. Conforme Angélica, orientadora cênica do espetáculo juntamente a anciã Gah Teh: "O espetáculo Água redonda e comprida trouxe a grandeza e beleza de histórias ancestrais que contam narrativas kaingang, através da dança, dos sons, movimentos - corpos em movimento. O espetáculo é de tamanha dimensão, trouxe a amplitude de perspectivas e pensamentos Kaingang numa sensibilidade, delicadeza e transmissão destes sentidos através de Nayane Gakre e Geórgia Macedo. É a reatualização de nossas existências originárias no tempo atual, que através da ancestralidade narram outros rios e movimentos na transmissão de sentidos e sentimentos para que possamos seguir enquanto povos, enquanto coletivos na modernidade, e para que outros possam sentir-se banhados por outras águas, as águas originárias que dão vida à todos."